Nossa, estou bestificada de como ando ultra sensível neste mês
mariano! Entrei no shopping Del Paseo com lágrima nos olhos, um aperto no peito
e a mente eivada de recordações. A primeira "coisa" foi ver a mesma
configuração de mesas e cadeiras daquele dia- que quase não vingava- no
restaurante Sal e Brasa. Ainda hoje me pesa a consciência lembrar quantas e
quantas fatias de pizzas eu devorei. Nesse dia ninguém ganhava de mim, pois
minha fome parecia de dias a fio de jejum.
Um fato curioso foi a tal da pergunta ao
garçom se pepperoni era de porco. Ele simplesmente respondeu que pepperoni era
pepperoni kkkk caí na gargalhada, claro. Ainda sinto nos lábios o sabor do
cargo chefe do rodízio: a pizza de chocolate com uma generosa bola de sorvete
de creme. Foi um dinheiro muito bem investido. Faria tudo de novo e de novoooo.
Penso que o garçom quase nos convidou,
faltou pouco, para nos retirarmos, pois pense numa dupla comedora. Diretamente da
seca para as finesses da aldeota. Nessa noite não sei como consegui dormir de
tão empachada. Acho que fiquei diabética por um dia, pois a mais repetida foi a
massa doce. Culpa de ela ser irresistível.
Recordei do elevador- cheio de bossa-
representando um país em cada andar, com especial destaque para Santiago de
Compostela. Antes, reparei que mesmo com meu salto gigantesco ainda ficava mais
baixa que o acompanhante. Isso é um charme, lógico. Isso parece muito com a
minha avó que só falava em um homem alto, um que atingisse as prateleiras mais
altas sem dificuldade rsrs. Acordei-me até da blusa verde de mangas compridas
que com tanta dificuldade escolhi apesar de homem não reparar muito nos
detalhes.
O que minha mente escapou era se naquele dia ainda estava namorando
o rapaz que foi morar/estudar pras bandas do sul. O que tenho certeza era de
que, apesar de gostar dele, não estava satisfeita com o namoro à distância e
precisava desopilar. Só sei que alugava os ouvidos de quem estava por perto com
minhas lamúrias. Como fui chata! Outra lembrança foi de outra volta ao Del
Paseo para o cine, no qual fui conferir um filme que me fez soluçar de tanto
chorar e borrar toda a make: “A culpa é das estrelas”.
Hoje revivi todos esses momentos, mas meu sentimento não foi de
tristeza e sim de felicidade. Afinal, recordar é viver. Minha vida é tão densa
de memórias que, vez por outra, gosto de pensar, até mesmo, de falar alto com
Deus, pois Ele foi o único que viveu comigo todos os momentos.
É impressionante como lugares, palavras e coisas são facilmente associados
a pessoas. Eu, pelo menos, sou muito de fazer essa lincagem. Não me esqueço dos
pequenos acontecimentos com facilidade. Minha mente parece, às vezes, um disco
furado. Passei também pelo tão falado Café Pagliuca, bateu uma curiosidade de entrar,
mas bravamente resisti. Ele ficou só no boca a boca das informações de
terceiros. Fiquei com a recordação do tango argentino que esperava reviver numa
noite dessas. Vou voltando para casa deixando um pouco da minha história e das
minhas memórias em mais um recanto dessa Fortaleza.
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