terça-feira, 7 de outubro de 2014

O grau da DOR

Em minhas últimas e sofríveis enfermidades, somadas a palestras e relatos de pessoas notórias que também conviveram por períodos com dores lancinantes, venho a me questionar até que ponto a dor é suportada pelo ser humano? Jesus, nosso Mestre, chegou a suar sangue nos momentos mais angustiantes. O querido padre Léo- homem de inesquecíveis fé e humor- em uma tarde recorreu centenas de vezes ao auxílio da morfina para aliviar as insuportáveis dores em seu tratamento contra o câncer.

Eu, pobre pecadora, tento suportar as dores sem tomar medicamentos para diminuí-las. Faço isso não por um ato de orgulho, de querer provar que sou superior- longe disso!- mas porque sou avessa a medicamentos paliativos, mascaradores e acho que umas dores, de vez em quando, purificam o espírito. Quando voltamos ao nosso estado de saúde aprendemos a valorizar mais as coisas simples que Deus nos proporciona.

Acamada é como me encontro nas últimas semanas. Assim, vejo a complexidade de ir dar uma volta na praça, quantos movimentos, que não chegamos a observar, somos dependentes para realizar essa tarefa. Uma dor na perna ou na coluna pode nos deixar imóveis. No meu caso tem sido os membros inferiores, um travamento inexplicável que me fez despender uma hora para chegar a um destino que me custaria meros 5 minutos. Como eu vi que a caminhada pode ser longa a depender do peso da nossa cruz!

A cada dor que sinto penso ser a pior do universo, mas noto que ela não acaba com a minha existência, mas me conscientiza de cada músculo, de cada movimento executado. Isso me faz lembrar de algumas das comprovações da existência divina por São Tomás de Aquino:  a do movimento e da perfeição.

Logo penso que minha dor física é ínfima se comparada à dor espiritual de uma mãe que perde um filho. Não imagino o quanto isso deve rasgar por dentro! A perda de um ente das entranhas que foi nutrido e acarinhado por dias, meses ou anos. Qual o nível das dores? A saúde espiritual nunca será preenchida. A cura é quase impossível! Com forças maiores essa mulheres podem escolher pela vida para se doar ao irmão, mas as feridas da alma estarão sempre presentes, mesmo que guardadas a sete chaves.

Reflito como, muitas vezes, reclamamos indevidamente, sendo zangões do cotidiano. Não vemos que o copo que nos é apresentado ainda contém a metade do líquido, mas só notamos a ausência do restante. Reclamamos por ter de subir em um transporte lotado e não percebemos que nosso irmão nem subir consegue por ser um cadeirante, por depender da ajuda de muitos que negam o auxílio- pessoas egoístas que não vivem o ser empático. Não entendemos que uma demora na fila pode nos ter salvado de um acidente fatal.

Devemos agradecer mais e reclamar menos. Cada um de nós apresenta qualidades peculiares. Seria tão bom que utilizássemos pelo menos uma qualidade em prol do outro! Penso que assim o nível de insatisfação com a vida teria um declínio considerável.

Pelos mais teimosos e resmungões podemos orar. E o que significa rezar? Quer dizer que nos colocamos à disposição de Deus- deixamos que Ele nos guie, não pedimos que Ele faça o que nós desejamos, mas o que Ele acha que nos é conveniente. Vamos deixar que o Senhor atue nas situações a que não nos cabem prosseguir.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Mais um ciclo que se fecha

Provas, relatórios, seminários, brigas, desculpas e ansiedade rondam os últimos minutos da minha vida de graduada. É um formar duvidoso em meio às angústias por resultados palpáveis, pois eles estão por sair e os meus nervos a explodir.

Choro e ranger de dentes, cantos das unhas carcomidos e a expectativa pelo canudinho tão sofrido. Isso é apenas um pouco da impactante convulsão de pensamentos de uma futura licenciada.

Documentos vão e vem e a obscura possibilidade de se prestar ao Enade me apavora. Pra sorteio não costumo ter sorte, mas quando se trata de prova vai ver que fui a escolhida... Livra!

O ensaio para "o dia" se aproxima e a beca por alugar me aguarda. Mãe nervosa, padrinho na expectativa e a estudante só divaga. Anos a fio de dedicação e desilusão. O curso não correspondeu aos meus planos. Muita receita de bolo terminou em pizza.

Anotações de aula? Que nada! Só o ouvido a escutar as famosas correntes, os filósofos, as teorias...muitas fotocópias jogadas pelo armário já estão sendo devoradas pelas traças. Gastos quase que perdidos se não fossem pelo trabalho desses insuportáveis seres ávidos por folhas e móveis.

Beijinhos para todos os lados

Sabe aqueles dias em que você nem está com fome, mas procura algo diferente para comer? Estou vivenciando um deles. Meu direcionamento imediato foi para o maior mercantil da minha cercania. Entrei e passei uns bons minutos analisando. Nem pense que me voltei para os departamentos de frutas, verduras, iogurtes ou coisas do tipo saudável. Fui prática: direcionamento para os biscoitos. Peguei uns três tipos bem diferentes, um saco de bombom ahhhh e uns canudinhos recheados de beijinhos. A fila surpreendentemente quase que inexistia. Já sei! Estamos na metade do mês e a galera já está sem grana!

No meio do caminho, decorei uns bombons e quando cheguei a minha casa fui logo abrindo os tais canudos. Comi todos ( não eram muitos), mas, no final do pacote, ficou um aglomerado de "farelos". Estava vendo uns vídeos pela net e para aproveitar tentei " derramar" tudo na boca. Nem conto o estrago! Foi beijinho pra tudo quanto era lado! Parece que tinha mais farelo que biscoito e minha cama ficou toda beijada. Uma vizinha observou a "arrumação" de longe e deu gargalhadas ao perceber que estava tentando tirar os beijinhos da minha roupa. Nunca me senti tão beijada!

Estava até demorando a volta da Tâmara desastrada! Parece que ela estava de férias. Fui correndo pegar a vassoura para limpar tudo, pois se o "plantão limpeza" visse era confusão na certa. Esse segredo só quem sabe é minha vizinha que, claro, é muito discreta.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Grande descoberta

Queria pedir desculpa aos pobres leitores deste projeto de blog pela minha ignorância a respeito das tecnologias. Anos a fio na escrita e justamente hoje descubro que não conseguia inserir os parágrafos nas publicações dos meus textos porque estava meio que utilizando um rascunho. Percorria vários blogs e via tudo tão ajeitadinho e o meu aquele bloco só de palavras e me sentia mal. Não tinha coragem de perguntar a ninguém com medo de ser criticada, mas que bobagem a minha! Muitas pessoas, assim como eu, não tem habilidades tecnológicas. Sei que tenho outras, mas essa, definitivamente não faz parte das minhas "skills". Fazer o quê...só tenho de pedir perdão pela ignorância, mas como sou muito insistente com aquilo que quero sempre descubro, mas da próxima vez pedirei logo ajuda para evitar que "grandes" descobertas como essas sejam apreciadas tão tardiamente. kkkkkk

Da caverna para o mundo

Ainda não consegui me acostumar com o cativeiro! Sou uma pessoa enérgica por natureza, gosto muito de trabalhar e de sair nem que seja para tomar um ar numa praça ou observar as pessoas nos corredores dos grandes centros comerciais. Ultimamente, fora quase dois meses viajando- disso não posso reclamar- meu dia a dia tem sido em casa manhã, tarde e noite. Como meu trabalho- uma humilde bolsa que tanto estimava me faz falta! O cheiro de gente desconhecida, a troca de conhecimentos, uma conversa à toa, a hora da merenda, a prestação de informações...tudo isso fazia parte de um cotidiano que de uma hora para outra me foi abruptamente cortado. Meu corpo e minha mente não aguentam ficar parados, pois gosto de ser útil à sociedade em algum aspecto. Ando me sentindo uma parasita social, inerte, inerte.

Isso é tão valorizado quando perdemos! Se bem que eu sempre dei o devido valor. Amava de paixão o que fazia. A bolsa, as vendas na hora da merenda- cheia de roscas de queijo, brownies e docinhos, a correria...Sou do tipo de pessoa que vive sob pressão! Seja do tempo, do espaço...é um prazer estranho, mas me preenche as lacunas da vida. Não digo que estou desocupada no momento, visto que vivo cercada de leituras, de orações, de pessoas que realmente se preocupam comigo, mas falta um quê de saudável adrenalina, a do trabalho em meio a papeis, computadores e pessoas. Isso, gente! Não consigo me imaginar trabalhando sem ser com o público. É uma excelente experiência! Até das pessoas mais abusadas- aquelas que só buscam o de que precisam e nem dão um bom dia- eu sinto falta.

O trabalho realmente dignifica o homem, é uma forma de amar, de realizar-se e ainda de se manter. Não entendo as pessoas que vão trabalhar de cara feia, cheia de má vontade se é tão enobrecedor. É uma forma de crescimento intelectual e financeiro exigindo, muitas vezes, dotes equilibristas para a manutenção das necessidades vitais, mas com fé e trabalho infinitas e inesperadas façanhas são atingidas.

Não vejo o momento de conseguir um novo ofício. Sei que no tempo certo lograrei meu tão esperado posto. Trabalharei com a fome da mudança, pelo menos no que estiver ao meu alcance. Por enquanto, vou vivendo na minha caverna platoniana, esperando a oportunidade para ir em direção à luz e desbravar novos caminhos. Tenho a certeza de que voltarei ainda mais confiante e fortalecida. Agi como uma das musas imprudentes que não compraram o querosene- só levaram a lamparina- para a chegada do noivo. Desta vez estou estocando o querosene e a comida para não mais errar por insensatez. Meu noivo (as oportunidades) virá ainda melhor preparado.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

TEMPO DE ESPERAS

Meu fim de semana foi repleto de leituras. Isso! Voltei ao mais saudável dos atos de outrora, visto que, ultimamente, o universo mágico da euforia me rondava, mas do conto de fadas voltei para a realidade e vi que o proveitoso seria jorrar minha eterna curiosidade em meios literários. Andei vagando pelos longos caminhos da minha mente procurando alguma leitura que me deixasse grudada ao livro, que me fizesse esquecer do tempo. Achei entre autores e autores um que logo me chamou atenção: Tempo de esperas. O título faz jus a minha vida atual em que vivo nas longas esperas sejam elas físicas ou mentais.

 O que me surpreendeu foi primeiramente o fato de o livro ser construído pelo "aglomerado" de cartas. A história tem como personagens centrais Abner, o professor renomado de Filosofia que abandona o cargo para viver em um lugar bucólico e longe das "glórias" enaltecedoras do ego e o inquieto e sedento por respostas aluno do curso de Filosofia, Alfredo. A personagem quase que onírica na presença "física" é Clara, a responsável pelos desgostos amorosos do discípulo.

Alfredo dá início aos grandes questionamentos missivistas com um grande pesar amoroso: não se conformava que a amada Clara tivesse partido com um "simples" florista. Ele não compreendia tal façanha dada a grande conexão entre os dois jovens. Ele resolve pedir ajuda ao mestre oculto pelas palavras na esperança de encontrar uma resposta prática para o abandono. Queria também, dada sua sede por conhecimentos, ter acesso aos escritos de um livro por lançar do grande mestre. Abner, por sua vez, mostra-se um tanto assustado com a rispidez do jovem, com as palavras tão cheias de amarguras. Vai tecendo uma rede de conhecimentos de mundo que raramente se encontram em livros, metaforiza os acontecimentos corriqueiros com parábolas.

 Em algumas vezes me senti Alfredo com relação ao modo de buscar muitas respostas e de "sofrer de juventude", mas na maior parte me identifiquei com o Abner nos pensamentos sensatos e na maneira simples de contemplar a vida. Foi um livro que realmente me emocionou! Não falo isso porque foi escrito por um padre- por eu ser Católica- mas pela leveza da narrativa e pelos exemplos ofertados. Até quem não segue nenhuma religião ficará bem à vontade com a leitura, mesmo que seja na curiosidade de ver o interessante jogo de palavras.

 As explicações de Abner sobre o amor são sublimes!Ele nos fala que muitas vezes damos importância suprema ao que o outro representa em nossa vida. É como tivéssemos aprisionados ao presente sem uma perspectiva futura. O outro é como o chão, se for subtraído nos derruba, ficamos órfãos. Quando carentes deste sentimento nossa existência é vã, mas Abner, sabiamente, pede que Alfredo usufrua dessa ausência fazendo crescer um jardim interior, pois o sofrimento nos fortifica.

 O final do livro traz uma grata surpresa! A leitura é fácil, rápida e instigante. Padre Fábio é um grande sábio dos dias atuais! Em breve leio todos os livros por ele publicados, pois um impulsiona o outro. Realmente emocionada! Só este livro valeu por todas as leituras do ano. Esse padre conseguiu "retirar" as mais presas lágrimas do meu ser. Deveria se transformar em um filme!

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Volta turbulenta

Como imaginaria na volta de um passeio tão sonhado passar por tantos incovenientes! Diferente da ida, o tempo estava ensolarado com temperatura semelhante à Fortaleza, mas com a umidade mais baixa. Pensei que estaria pronta para enfrentar as intermináveis sete horas presas naquela cápsula voante em meio a tantas e fatigáveis escalas.

 Na chegada ao aeroportos sempre vou com antecedência absurda- tive a infeliz ideia de trocar os assentos da asa pelos últimos. Como o voo estava quase totalmente lotado, uma vez feita a escolha dê tchau ao antigo lugar. As últimas poltronas são terríveis, pois não declinam, ficam perto do banheiro, a saída é mais complicada e balança por demais. Quero deixar minha admiração registrada a todos os comissários de bordo que por pouco dinheiro se submetem a uma vida estafante e cheia de incertezas, dificultando um crescimento profissional devido a louca escala laboral. Minha mamis logo no primeiro trecho começou a ficar nervosa com o "embalo" da aeronave e eu, discretamente, tive leves enjoos.

 O comissário nos trocou de lugar avisando que isso seria temporário, visto que na próxima escala deveríamos nos submetermos à disponibilidade de lugares. Os enjoos melhoraram e a calma, não absoluta, claro, retornou, pois os balanços nas poltronas do meio são mais discretos. A cada escala tínhamos que esperar a acomodação geral para sentarmos na zona de " privilégio ". Minha mãe afirmava veementemente que não retornaria à "cozinha" kkkk como ela denominou os "derradeiros" assentos. Graças as gentilezas- isso mesmo! Ainda existem pessoas caridosas- ficamos nos lugares desejados durante todo o voo. Apesar do tempo bom, o piloto infelizmente, nos afirmava que passávamos por áreas de turbulência. Mamis ficava ultra tensa e comecei novamente com os enjoos, agora mais fortes.

 Pedi o temível saquinho branco para eventualidades, mas a volta parecia não ter fim. Nunca me senti tão mal. A culpa não foi somente das turbulências, mas da minha errônea alimentação durante a viagem. Fiz uma misturada danada não respeitando os limites do meu sensível estômago "empurrando" carnes, molhos, batatas fritas, chocolates, vinhos e gordurosos queijos dentre outras iguarias. Esqueci-me de que o estômago não é um barreiro em que simplesmente se joga comida sem uma prévia seleção. Isso me custou caro. Agradeço a Deus ter dado tempo de o pior acontecer em minha terra natal, lugar em que de certa forma me sinto um pouco mais segura. Na madrugada, uma enxurrada de vômito e diarreia acompanhou minha intranquila noite. Acho que já estava colocando até minha alma para fora.

No raiar da manhã, aos prantos meu benzinho se desespera. Em meio às dores ainda tive que acalmá-lá. Ao hospital fui levada para me hidratar com soro. Na falta do caseiro, me empurraram uma gororoba insuportável de gosto de tuti-frutti. Ecaaaa! Na volta, passei o dia inteiro deitada como uma morta viva, ingerindo as mais terríveis receitas hospitalares somadas a remédios infindáveis. O passeio em si foi bom, mas, como dizem, a volta do piquenique é que foi drástica. Não penso tão cedo em viajar para longe, ou seja, Europa querida, seus planos estão abortados.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Lounge

Desbravando terras desconhecidas humnm cheirinho de novo, nova cultura. Senti logo uma paz, pois como é bom se sentir anônima em um lugar onde não há nenhum conhecido! Posso relaxar mais, correr feito criança, rir de tudo... Terras longevas sempre são um aconchego para o meu sofrido coração. Frio e mais frio seja de dia ou de noite...até geando está. Amo o diferente. É tão bom sair da rotina maquinal. Se as condições pecuniárias fossem mais "largas" elas se dariam com maior frequência! Mas com calma se vai ao longe! Todo o processo me faz bem, a começar dos preparativos, da correria, da decolagem do avião... Emocionante. Cada vez que viajo por esse transporte sinto um grande contentamento que sempre parece ser a primeira vez.Turistar, bater fotos, respirar novos ares, provar novos sabores é sensacional!

Confissão

Só Deus em Sua infinita misericórdia sabe por quantas e penosas provações tenho passado, mas, como católica praticante, ofereço todas as minhas dores a Ele, pois se Ele me faz passar por tudo isso é porque sabe que eu aguento carregar a cruz. Às vezes, como humana que sou, fraquejo na fé, mas quando me lembro de todos os sacrifícios que o Senhor fez por mim volto ao Seu colo. Meu Deus e meu tudo, perdoa essa filha de alma tão pequenina que, muitas vezes, peca na inocência, tentando sempre fazer o melhor em prol de meus irmãos.

 Não permita que eu fira o coração de ninguém, principalmente o Seu. Almejo uma sociedade mais fraterna em que todos vivam em comunhão. Sara minhas mais profundas tristezas, aquelas que não consigo por mim mesma curar. O Senhor é meu caminho, minha direção espiritual. Nada faço sem o Seu consentimento. Se a santidade for a minha missão nesta passagem que eu vá em busca dela. Entrego a minha vida, faz-me de instrumento. Pelos que magoei de alguma forma, perdão! Se, às vezes, minhas palavras foram cruéis que o sangue de Cristo renove o ânimo dos injuriados.

 Estou vivendo um momento introspectivo, tentando ao máximo praticar o silêncio e algumas penitências para renovar meu tudo espírito. Isolo-me do mundo para me acercar do meu tudo, meu pai, esposo e amigo. Julguem-me por louca, mas a voz terrena não me abalará. Em alguns momentos na vida precisamos ser radicais, mesmo que isso seja doloroso. Graças ao Senhor agosto passou! Não quero ser supersticiosa, mas meus agostos são sempre tão carregados de energias negativas! Os 31 dias encarados são uma verdadeira provação. Nesse mês doenças, tristezas, problemas familiares e rompimentos rodam-me. Dou glória a setembro, o mês da santa palavra! Ofereço privações alimentares em prol de uma vida cheia de paz e saúde. Alimentar-me-ei do Seu espírito, pois o alimento terreno não sacia a minha fome.

 Dai-me o dom da eloquência, Mestre, para que eu leve Seus ensinamentos aos mais necessitados. Não permita que eu julgue a atitude dos meus irmãos, mas que eu Lhe entregue tudo, inclusive as ofensas. Não deixe que os elogios proferidos me façam engrandecer na vaidade, pelo contrário, que tudo me leve ao caminho da humildade.

Cura todas as feridas do corpo e da alma! Mestre, acompanha-me sempre e se eu cair me ajude a levantar. Dai-me força também para erguer os que de mim precisarem. Só o Senhor compreende todas as loucas sinapses cerebrais que, muitas vezes, me tiram o sono e me angustiam, mas o Senhor tem o poder de ordená-las com a unção do divino Espírito Santo. Derrama uma única gota do Seu sangue em mim, por favor! Nunca lhe pedi isso tão fervorosamente, pois minha alma, no momento, encontra-se incendiada.

domingo, 13 de abril de 2014

UM DE NÓS

Um beijo romântico não é pra qualquer um não! Lembro-me do roçar dos meus dedos nos teus cabelos untados com o gel da mais ínfima qualidade. Como eu reclamava para que tu o deixasses in natura! Teus cabelos eram bons, mas a escolha do produto não os favorecia. Tua boca era pequena, porém havia algo de caloroso que me deixava com os pelos dos braços eriçados. Teu toque era suave, o que combinava com o quase imperceptível sussurrar de lindas e apaixonantes palavras ao pé do ouvido. Que saudade tenho dos meus doze anos! A malandragem, contudo, era latente e, em seu lugar, a ingenuidade pueril ainda era notória. Sonhar contigo era quase uma obrigação. Tu, ó amado, era uma espécie de pai e amante, pois tu já carregavas o peso de alguns fios brancos. Não que foste velho, mas as responsabilidades precoces te fizeram envelhecer mais do que o tempo por si só lhe proporcionaria se tudo tivesse ocorrido bem. Ajudaste a criar-me, aguentaste minhas criancices, deste-me bonecas e carinhos, mas sempre paciente a espera de meu amadurecimento. Sabias que era apenas uma fase e que em breve o teu amor me faria mais mulher. Infortunadamente, não tiveste a paciência de Jó e me abandonaste ainda pequena. Sofri demasiadamente, confesso. Senti-me como um transatlântico que percorre uma longa viagem em alto mar sem esperança de encontrar tão cedo o cais. Logo, a criança se transformou em uma mulher. E tu nunca mais, pelo menos nestes vinte anos de afastamento, encontraste alguém para chamar de teu. Um elo invisível ainda nos une, mesmo que não queiras admitir. Espreito-te no limiar das noites de sábado no bar com os amigos, bêbado, mesmo sem ter consumido uma gota de álcool. É que a tua embriaguez é psicológica, fruto do remorso da tua partida abrupta. Vamos tentar novamente e ver se o amadurecimento me fez um ser melhor para receber teu amor. Já provei de outros beijos, entretanto, nenhum deles é tão agradável como o teu. Não foste meu primeiro amor, mas lograste o título de primeiro namorado. Isso te deixa mais confortável? Até gosto de ressaltar esse ponto, pois já havia amado, mesmo que platonicamente, um alguém antes de nos conectarmos. Na verdade, me encontraste em um momento em que o outro ainda estava dentro de mim, mas teu carisma me contagiou e me envolveu. Sabias, com os anos a mais de experiência, como conquistar e mesmo cortejar. O teu respeito de fato me encantou. Sentia-me acompanhada só em lembrar-me da tua voz. Tenho que gritar, pois este amor me sufoca. Tentei viajar, estudar...Logrei um posto importante, tenho dinheiro, mas não consigo te esquecer. Tu também alcançaste o sucesso profissional, a fama, mas anda sem um amor pleno, sem alguém que te faça sentir completo. Peço que reflitas sobre tudo que foi dito e envies-me uma resposta com a prontidão dos meus desejos. De tua eterna amada, (lágrimas borram os escritos)

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Bosta de cachorro

Sabe aqueles dias que tudo pesa, que tudo dá errado? Estou vivendo! Para iniciar minha constante viagem lunática pego o ônibus, logo o circular (nem roda o bichim!) no sentido oposto. Enquanto tento desvendar os mistérios do meu celular e procuro à toa telefones de pessoas que nem mesmo sei quem são me distraio. O transporte percorre um caracol de lugares, para para pegar variados tipos de pessoas e eu lá, metida com o aparato tecnológico.

 Quando resolvo olhar em direção à janela, pensando visualizar a avenida 13 de Maio, pasmem, uma brisa gélida e agradável denuncia a proximidade com a praia. Descobri que estava na Historiador Raimundo Girão. Só muita paciência para tanta falta de atenção! Pressiono para baixo o barulhento cordão numa apreensão grande, um tormento interior para descer na imediata parada que houver. Ahhhh se fosse um poeta...ficaria feliz e logo se inspiraria para escrever um lindo poema de amor, dado o mar, a brisa e a aproximação de um romântico por do sol, mas eu sou poeta modernista, quero mais é reclamar a perda de tempo, o gasto da passagem e o tormento de enfrentar o caos do horário de maior movimentação.

 Ao descer do coletivo piso em uma bosta fresquinha de cachorro. Povo mal educado! Leva os animais para sair e nem se quer se presta a apanhar as sujeiras. E as multas por provocar um ambiente fétido e causar transtornos como o meu? e logo no meu tênis novo comprado em infinitas vezes no cartão! Minha mãe diria que isso é falta de muita oração! Lai vem o ônibus certo! Peraê que vou dar uma corridinha, pois o prezado motorista parou uns 100 metros depois da parada. Desilusão, ônibus lotado!

 Com muita boa vontade tento achar um lugarzinho espremido que seja possível o acesso à Internet. Em passos lerdos e incertos vem a conexão quando já nem esperava mais. Desconecto-me para não acabar logo a carga do aparelho e o guardo na bolsa. Dez minutos depois o trânsito congestionado me leva à busca de uma espiada de conexão. Para um riso frouxo e agoniado descubro uma ligação feita " por mim" de quase dez minutos e logo após a mensagem da faminta operadora implorando para eu colocar mais crédito (coisa que havia feito, generosamente, antes de sair de casa), pois eles estavam no fim. O formoso aparelho celular, não sei explicar como, pois estava bloqueado, ligou espontaneamente para o último contato e roubou quase inteiramente o saldo existente. Como fiquei feliz!!!

Uma súbita raiva ferveu-me o sangue, com isso, veio uma vontade de gastar logo todo o dinheiro que levava. A famosa farra do desgosto. Fui a uma das mais caras sorveterias da cidade e pedi logo umas três bolas de sorvete (em torno de R$ 25,00). Pedi os sabores mais doces e insuportáveis, pois fui inventar de experimentar novos gostos. Agora pobre e adocicada resolvo fazer o caminho de volta para casa na esperança de que o único crédito da carteira ainda estivesse no período da integração. Catraca maldita anunciou a total falta de crédito o que me fez descer e suportar a longa caminhada. Foram-se os únicos centavos e a minha esperança de ter uma volta mais tranquila.

 No caminho, um conhecido se presta a buzinar e faz um gesto pra mim. Carona será? Nada! Puro comunicação idiota em momento inoportuno. Ao chegar em casa a tia vem com aquele bolo pesado que só elefante feito na semana passada dizendo que se lembrou de mim. Aperta meu nariz e diz que estou mais cheinha e pergunta se é algum namoradinho. Família é coisa fora do sério. Coloco logo a vassoura detrás da porta para espantar mais visitas do tipo. Vou dormir já chega! Até parece que consegui! Um besouro insuportável resolve fazer a dança dos véus ao pé do meu ouvido. Após angustiantes lutas para o sono chegar ele me pega e me faz esquecer por algumas horas de tudo o que passou. Espero um novo dia cheio de paz e nada de aventuras toscas, por favor!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Levem logo tudo lá pro Céu!

Fim do dia, um cansaço existencial toma conta do meu ser. As letras do livro fazem um verdadeiro passo doble na minha cabeça. Penso em mais um fim de semana chegando e a obrigação de visitar alguns parentes, de colocar aquele sorriso forçado no rosto. O corpo e a alma estão desconexos. Esta flutua em seus pensamentos esporádicos. Em meio à confusão mental, resolvo prestar homenagem a Ele. Penso por onde começarei e lembro-me da oração universal: "Pai Nosso". Tento me concentrar antes, mas a multidão de pensamentos não me permite. Quando olho em minha volta, percebo que há uma capelinha, meio que despovoada, de portas abertas. Adentro sem pedir permissão e começo, instintivamente, a rezar o terço, com o objetivo de diminuir meus pecados "cabeludos". Minha oração segue tão confusa que eu mesma fiquei paralisada com a besteira que eu disse: "Levai as ARMAS todas para o céu", no que deveria ser almas. Minha mente anda muito violenta. Deve ter sido provocada pela triste notícia, do dia anterior, de que a cidade em que vivo é uma das mais violentas do mundo. O Todo-Poderoso deve estar um tanto indignado com a minha falta de atenção e as pobres almas penadas ficaram ainda mais desoladas com o trocadilho. Só em pensar que elas esperam por oração para serem libertadas e na hora que um ser "lembra" ainda se dirige a outra coisa que não a elas...dá revolta! Entendo plenamente. Espero que essas máquinas destruidoras não tenham lugar no paraíso, que elas somente façam parte, se for o jeito, do terreno, pois quem já vive sob o medo por aqui ainda imaginar "na outra vida" viver o mesmo é dose!

domingo, 19 de janeiro de 2014

"O Milagre de Anne Sullivan"

O longa-metragem “O Milagre de Anne Sullivan” tem como título original “Miracle Worker”. Gravado nos Estados Unidos, na década de 60, é baseado em história real. O começo do filme já é surpreendente, pois a mãe de Hellen Keller (Patty Duke) constata que a filha, ainda uma criança de colo, não enxerga nem ouve devido a uma doença chamada escarlatina, provocada por uma bactéria. Anne Sullivan (Anne Bancroft) interpreta brilhantemente a professora que tenta fazer com que Hellen consiga se comunicar consigo e com o mundo que a cerca, pois, desde pequena, a menina foi tratada com mimos exagerados dos pais. Eles não a ensinaram a se comunicar, mas só a superprotegeram, como se ela fosse incapaz. Com isso, a menina se tornou altamente agressiva e cheia de vontades, era vista como um animal selvagem. Este longa foi o segundo de Arthur Penn. Um drama clássico e imperdível. Ele mesmo foi indicado ao Oscar, mas as ganhadoras foram Anne Bancroft (ganhadora do BAFTA) como melhor atriz e Patty Duke como coadjuvante. A cena mais impactante foi a que Anne tenta ensinar a pupila a comer como uma pessoa “civilizada”, utilizando-se de garfo, em vez das próprias mãos; sentada à mesa e fazendo o uso correto do guardanapo. O duelo é travado durante quase dez minutos em uma cena que leva as atrizes a um esforço especial. A professora parece ser bastante rígida, mas com insistência ela consegue, por métodos não tradicionais, ser “ouvida” pela garota. A linguagem dos surdos é apresentada como uma ótima alternativa de ponte comunicativa. Isso repercutiu positivamente, principalmente, nos Estados Unidos, incentivando muitos pais a procurarem ajuda para os filhos deficientes. A própria Hellen, tornou-se uma ativista dos direitos dos portadores de necessidades especiais. Recomendadíssimo! Segue o trailer da cena principal do filme: http://www.youtube.com/watch?v=EHwoRFe70jk

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Utopia do amor

Onde o romantismo mora? As relações hodiernas encontram-se meio que liquidificadas, em uma receita fácil que se der certo leva-se ao forno ou, do contrário, vai direto para o ralo. Ficar, pegar, dentre outros são os verbos da moda. A primeira coisa que associo a eles é como se o ser humano fosse algo descartável, um verdadeiro objeto de satisfação.

 Nos tempos da minha avó o namoro começava apenas com trocas de olhares. O beijar dos lábios era quase um pedido de casamento. O processo era lento, mas, uma vez verdadeiro, seria eterno. Acho que nasci nessa época e fui reencarnada atualmente, pois é a única explicação para meu modo "anti-moderno" (como dizem) de pensar. Dizer que eu sou do tempo das cavernas é até um elogio, visto que meu romantismo permanece o mesmo dos séculos passados e não há nada de mais valioso e lindo que um amor à moda antiga, uma serenata de frente ao quarto da amada, favor não confundir com as terríveis e cafonas loucuras de amor e um "Eu te amo" sincero ao pé do ouvido.

Nada de amores possessivos, o egocentrismo, pois o amor tem que ser libertador e respeitoso. Pode até propor mudanças no amado,se for para o bem dele, como se fosse uma casa que se mudasse a pintura ou a disposição dos móveis, mas a estrutura em si deverá permanecer. A essência deve ser a mesma. O outro vem para agregar valores sempre! Os amigos, a família e os o passado sempre virão no pacote. Jamais tente dissociá-lo, essa é a história incorporada, o legado.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Qual a experiência no assunto?

Quando cheguei à minha casa a empregada logo me entregou o jantar: aquele imenso prato fundo se sopa que Mafaldinha iria adorar! Ao mesmo tempo, eu inspecionava as numerosas notícias por segundo que eram anunciadas na página principal de uma rede social. Do nada, larguei o prato de sopa e fui ao encontro da minha mãe para anunciar o tema da minha monografia: tinha decidido observar a linguagem utilizada em propagandas de motéis. A pobre mulher ficou de todas as cores olhando fixamente para mim sem ainda acreditar no que a filha tinha acabado de dizer. Chegou a gaguejar e chamou tudo de loucura, que eu deveria logo explicar o porquê da minha escolha em falar do local "proibido". Era uma vergonha (século XXI, vejam bem) uma mulher abordar tal assunto, disse isso em um tom repreensivo. Contra argumentando, disse que não iria descrever o ato em si, apenas a linguagem! Explicando também disse que conhecia um renomado professor que é pesquisador de anúncios pornográficos de jornais. Isso me encantou desde o princípio na faculdade. Notei que o acréscimo de informação não fez a menor diferença. Minha mãe disse logo que o mundo estava mesmo perdido e que me achava com juízo até a tal proposta. Ameaçou-me não ir a minha tão sonhada festa de formatura e nem ofertar mais a viagem às ilhas caribenhas tão programadas e milimetricamente calculadas financeiramente durante todo o curso. Fazer o quê? A liberdade de expressão pode custar caro, mas proporciona certas emoções impagáveis. Desde a adolescência, com o tal do namoro em casa, gostava de, entre uns beijos e outros, ouvir rádios românticas. O que mais me empolgava não eram as músicas em si, mas as propagandas, principalmente a dos motéis. A maneira de falar do anunciante, seja homem ou mulher, é reveladora- um tom misterioso, sexy que fertiliza a imaginação do ouvinte. Claro que ficava enrubescida diante do amante, porém tudo era encantador. Na hora da propaganda nem o melhor beijo valia a pena- que me desculpe o "love". Ele tinha até ciúmes do rádio e propunha trazer músicas ao gosto dele para serem tocadas como trilha sonora daquela paixão. Mal sabia ele que o encantamento mor era propagandístico, que ele ficava, no momento, em segundo plano. Sentia remorso daquele homão carente implorando atenção, mas a arte da conquista anunciada era mais impactante. Com o término do namoro fiquei com certa abstinência daquela programação noturna, pois, como um luto fechado, abandonei o rádio por longos novos meses. Foi o tempo de uma gestação, necessário para cambiar um pouco a rotina e ouvir a interminável e contínua sequência de músicas do mp4, tempo que as vozes instigantes calaram-se. Foi doloroso, pois a aproximação do rádio me fazia lembrar das brigas entre nós. Depois do período, em um sábado solitário, uma atração maior me fez sintonizar o rádio bem no momento do intervalo. Para a satisfação do meu ego uma voz máscula anunciava um pernoitão promocional de um luxuoso motel em área nobre da grande Fortaleza. Isso veio como uma luva em um dilema de temas para findar cinco anos de faculdade. Na rede social, no momento da sopa, vi a propaganda do famoso motel o que me fez ter a ideia inicial para o projeto. Um ano depois, meu trabalho ganhou nota máxima e a banca me sugeriu logo entrar no mestrado. Minha mãe não foi à formatura por princípios religiosos, não ganhei a viagem, mas fiquei muito feliz e ainda voltei com o ex. Este fofo ainda me deu de presente um lindo rádio para me inspirar. Tenho que confessar que jamais esquecerei esse lindo ato de amor, meu bem. Agora rimos juntos toda vez que o intervalo se aproxima. É um amor publicitário, criativo e eterno. Nossa festa de casamento será no motel do pernoitão. Advinha quem não comparecerá?! Antes teremos a celebração religiosa para não desagradar a minoria querida.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Súplica da vida curta

Não, definitivamente, não queria morrer com muita idade! Já suportei fardos muito pesados em tão pouco tempo de passagem pela Terra. Felicidade por longos períodos que deveria morrer, não a conheço! Acho que deveria morrer aos 35, idade suficiente para realizar os últimos desejos. Filhos? Não, muito obrigada, não os quero! Para que irei deixar vestígios familiares de uma vida tão pesada? Esse legado não está nos meus planos. Nem mesmo um pequeno cachorrinho é digno da minha sina. Penso que por volta dos 30 (pelo menos tenho esperança) seja o auge da vida, por isso quero partir por aí, pois sempre devemos sair da festa nos melhores momentos para ficarmos com as boas recordações. Fico amedrontada só em pensar em ter que depender de ajuda humana para viver, de as dores da idade serem tão fortes que me incapacitem de ter uma vida independente, de presenciar a morte de ente queridos e de perder a memória. Não quero esperar pelo famoso brilho da mulher de 40. Confesso que o Amor carnal é uma forte insegurança que tenho, mas, antes de partir, quero apreciar um amor verdadeiro e eterno em poucos meses, para que a relação seja eternizada na memória dele. Nada de badalações, beijos explícitos e loucuras de amor, tem que ser algo nosso. Tempo curto para que eu não venha a conhecer a traição, coisa que não suportaria, seria como um veneno instantâneo. Desejo, depois que eu me for, que ele encontre um novo amor que seja bom, nem que seja no fim do mundo, para que eu fique apenas como uma memória do passado. Senhor, Pai da verdadeira misericórdia, ouça as minhas preces e não deixe a sua filha abandonada ao fado terreno. Não peço, contudo, que retire uma parte da minha cruz, mas que deixe-a afixada, se tiver um pouquinho de merecimento, nas cercanias do seu viver eterno. Também não me deixe ser um espírito que sai sem rumo, pois quero descansar eternamente.