quinta-feira, 28 de maio de 2015

Luto

Por essa semana estava desopilando frente a televisão de casa quando me deparei com aquela escuridão. Não havia mais imagens, só restavam vozes. A televisão havia virado rádio. Senti-me como de luto, vestindo-me das cores daquele breu. Foram anos de cumplicidade, aliás, quando eu nasci ela já fazia parte da família.

Quando pequena, em meio a travessuras, derrubei a danada de uma altura considerável, pois ela estava sendo suportada por um pequeno armário. A bichinha apenas ficou com um quase imperceptível arranhão de sequela. Era dotada de uma ótima qualidade em imagem que pra mim não deixa a desejar por nenhuma led, lod ou lud...

Fabricada no tempo em que não havia essa febril obsolescência programada, ela nunva, até então, precisou de qualquer conserto. Sua marca, já inexistente, vai ficar pra sempre em minha memória. Era filha única da casa.

Ela ainda está por aqui e já estou sofrendo de saudade. O tubo imenso toma conta de boa parte da sala. Ela chamava atenção de quem chegava, principalmente quando se fazia a mudança dos dois únicos canais que ela transmitia, pois era feito por meio do giro de um ruidoso botão que estalava mais do que meus ossos reunidos kkk

Vou ter que praticar o desapego- tenho um problema sério com isso, seja para coisas ou pessoas- e comprar logo uma TV top de linha que espero durar até a próxima geração (sonha Alice!). Providenciarei o cortejo fúnebre para quando ela for retirada desta residência. Ela merecerá todas as pompas e venhas por ter compartilhado tantos momentos. Vai com Deus, amore. Vai desculpando o acidente!

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