terça-feira, 16 de setembro de 2014

Da caverna para o mundo

Ainda não consegui me acostumar com o cativeiro! Sou uma pessoa enérgica por natureza, gosto muito de trabalhar e de sair nem que seja para tomar um ar numa praça ou observar as pessoas nos corredores dos grandes centros comerciais. Ultimamente, fora quase dois meses viajando- disso não posso reclamar- meu dia a dia tem sido em casa manhã, tarde e noite. Como meu trabalho- uma humilde bolsa que tanto estimava me faz falta! O cheiro de gente desconhecida, a troca de conhecimentos, uma conversa à toa, a hora da merenda, a prestação de informações...tudo isso fazia parte de um cotidiano que de uma hora para outra me foi abruptamente cortado. Meu corpo e minha mente não aguentam ficar parados, pois gosto de ser útil à sociedade em algum aspecto. Ando me sentindo uma parasita social, inerte, inerte.

Isso é tão valorizado quando perdemos! Se bem que eu sempre dei o devido valor. Amava de paixão o que fazia. A bolsa, as vendas na hora da merenda- cheia de roscas de queijo, brownies e docinhos, a correria...Sou do tipo de pessoa que vive sob pressão! Seja do tempo, do espaço...é um prazer estranho, mas me preenche as lacunas da vida. Não digo que estou desocupada no momento, visto que vivo cercada de leituras, de orações, de pessoas que realmente se preocupam comigo, mas falta um quê de saudável adrenalina, a do trabalho em meio a papeis, computadores e pessoas. Isso, gente! Não consigo me imaginar trabalhando sem ser com o público. É uma excelente experiência! Até das pessoas mais abusadas- aquelas que só buscam o de que precisam e nem dão um bom dia- eu sinto falta.

O trabalho realmente dignifica o homem, é uma forma de amar, de realizar-se e ainda de se manter. Não entendo as pessoas que vão trabalhar de cara feia, cheia de má vontade se é tão enobrecedor. É uma forma de crescimento intelectual e financeiro exigindo, muitas vezes, dotes equilibristas para a manutenção das necessidades vitais, mas com fé e trabalho infinitas e inesperadas façanhas são atingidas.

Não vejo o momento de conseguir um novo ofício. Sei que no tempo certo lograrei meu tão esperado posto. Trabalharei com a fome da mudança, pelo menos no que estiver ao meu alcance. Por enquanto, vou vivendo na minha caverna platoniana, esperando a oportunidade para ir em direção à luz e desbravar novos caminhos. Tenho a certeza de que voltarei ainda mais confiante e fortalecida. Agi como uma das musas imprudentes que não compraram o querosene- só levaram a lamparina- para a chegada do noivo. Desta vez estou estocando o querosene e a comida para não mais errar por insensatez. Meu noivo (as oportunidades) virá ainda melhor preparado.

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