segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Súplica da vida curta

Não, definitivamente, não queria morrer com muita idade! Já suportei fardos muito pesados em tão pouco tempo de passagem pela Terra. Felicidade por longos períodos que deveria morrer, não a conheço! Acho que deveria morrer aos 35, idade suficiente para realizar os últimos desejos. Filhos? Não, muito obrigada, não os quero! Para que irei deixar vestígios familiares de uma vida tão pesada? Esse legado não está nos meus planos. Nem mesmo um pequeno cachorrinho é digno da minha sina. Penso que por volta dos 30 (pelo menos tenho esperança) seja o auge da vida, por isso quero partir por aí, pois sempre devemos sair da festa nos melhores momentos para ficarmos com as boas recordações. Fico amedrontada só em pensar em ter que depender de ajuda humana para viver, de as dores da idade serem tão fortes que me incapacitem de ter uma vida independente, de presenciar a morte de ente queridos e de perder a memória. Não quero esperar pelo famoso brilho da mulher de 40. Confesso que o Amor carnal é uma forte insegurança que tenho, mas, antes de partir, quero apreciar um amor verdadeiro e eterno em poucos meses, para que a relação seja eternizada na memória dele. Nada de badalações, beijos explícitos e loucuras de amor, tem que ser algo nosso. Tempo curto para que eu não venha a conhecer a traição, coisa que não suportaria, seria como um veneno instantâneo. Desejo, depois que eu me for, que ele encontre um novo amor que seja bom, nem que seja no fim do mundo, para que eu fique apenas como uma memória do passado. Senhor, Pai da verdadeira misericórdia, ouça as minhas preces e não deixe a sua filha abandonada ao fado terreno. Não peço, contudo, que retire uma parte da minha cruz, mas que deixe-a afixada, se tiver um pouquinho de merecimento, nas cercanias do seu viver eterno. Também não me deixe ser um espírito que sai sem rumo, pois quero descansar eternamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário