terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Levem logo tudo lá pro Céu!

Fim do dia, um cansaço existencial toma conta do meu ser. As letras do livro fazem um verdadeiro passo doble na minha cabeça. Penso em mais um fim de semana chegando e a obrigação de visitar alguns parentes, de colocar aquele sorriso forçado no rosto. O corpo e a alma estão desconexos. Esta flutua em seus pensamentos esporádicos. Em meio à confusão mental, resolvo prestar homenagem a Ele. Penso por onde começarei e lembro-me da oração universal: "Pai Nosso". Tento me concentrar antes, mas a multidão de pensamentos não me permite. Quando olho em minha volta, percebo que há uma capelinha, meio que despovoada, de portas abertas. Adentro sem pedir permissão e começo, instintivamente, a rezar o terço, com o objetivo de diminuir meus pecados "cabeludos". Minha oração segue tão confusa que eu mesma fiquei paralisada com a besteira que eu disse: "Levai as ARMAS todas para o céu", no que deveria ser almas. Minha mente anda muito violenta. Deve ter sido provocada pela triste notícia, do dia anterior, de que a cidade em que vivo é uma das mais violentas do mundo. O Todo-Poderoso deve estar um tanto indignado com a minha falta de atenção e as pobres almas penadas ficaram ainda mais desoladas com o trocadilho. Só em pensar que elas esperam por oração para serem libertadas e na hora que um ser "lembra" ainda se dirige a outra coisa que não a elas...dá revolta! Entendo plenamente. Espero que essas máquinas destruidoras não tenham lugar no paraíso, que elas somente façam parte, se for o jeito, do terreno, pois quem já vive sob o medo por aqui ainda imaginar "na outra vida" viver o mesmo é dose!

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