Ao verificar minha caixa de e-mails um em especial prendeu minha atenção. O marcador mostrava que ele foi enviado por volta das 16h00, porém só cliquei na caixa de entrada às 17h48. Lembro com detalhes, visto que a “manchete” do e-mail foi algo marcante. Pensei até que fosse vírus, quem dera!
Um amigo muito devoto da Língua Portuguesa me enviou esse e-mail que anunciava a morte do ilustríssimo professor Itamar Filgueiras. Não o conhecia pessoalmente, mas nutria uma grande admiração pelos conhecimentos que ele compartilhava, diariamente, com milhares de estudantes. Inclusive muitas de minhas amigas falavam maravilhas das aulas dele.
A Academia Cearense de Letras hoje amanhece de luto por mais uma perda de um imortal. O maestro deixou vaga a cadeira de número cinco. O difícil, melhor dizendo impossível, será encontrar um sucessor à altura.
Comovi-me bastante, pois ele era um colega de ofício. Dedicava-se à árdua tarefa do magistério que, no Brasil, exige uma dedicação intensa por salários não muito atraentes. Só espero, sinceramente, que a ACL não desrespeite a memória do intelectual colocando uma “estrela” para ocupar o assento.
Transmito o sentimento da população que hoje duplamente vivencia o luto de dois mestres: o do Supremo e o do dedicado professor. Agradecemos pelos quase 50 anos de transmissão de conhecimentos. Hoje, nesta sexta-feira da paixão, sinto um grande arrependimento de não ter sido discente direta deste grande docente, pois tinha em mente, em um futuro próximo, embeber-me um pouco desta fonte de cultura. Infelizmente isso não foi possível. Meus sentimentos à família e amigos deste cearense.