terça-feira, 3 de abril de 2012

Agonia nossa de todo discente.

Caros colegas de sofrimento, vai se aproximando o período de maior tensão, quando todos ficam mais susceptíveis ao choro, à briga com o namorado e ao humor oscilante: eis o período de pilhagem de testes. Parece até que os professores de todas as disciplinas combinam datas e horas bem próximas para a aplicação- que dizem os especialistas que não mede conhecimento, mas; por outro lado, que não deixa de existir- do que aprendeu ao longo do trimestre.
Os maestros passam, atropeladamente, textos e mais textos para serem lidos em tempo recorde e ainda indicam folhas e folhas de livros de leitura complementar, mas um tanto obrigatória. Justificação: para a maior familiarização conteudística. Para isso, temos que virar malabaristas de livros, pegando um e soltando outro, sem deixar a peteca cair.
Minha ânsia me consome, pois já leio uma linha contabilizando, pormenorizadamente, quanto tempo foi despendido e, na próxima, já tento otimizar o tempo restante. Submetida a longos períodos de estudo, torno-me uma dislexa temporária, visto que as letras começam a dançar um autêntico tango argentino.
As noites de sono são milimetricamente programadas e, a cada dia da aproximação do tal momento, essas noites vão ficando mais extensas para o estudo e curtíssimas para a recuperação mental. Devemos estar conectados praticamente 24 horas. Drogas alternativas, como o café e o chocolate já não fazem efeito devido ao consumo elevado para se manter como o lema dos escoteiros: sempre alerta.
O corpo não tem direito de se cansar, pois para isso que servem os analgésicos. O cansaço e a fadiga mental imperam. As associações se tornam lentas e os professores, cada vez mais cruéis, como se cada matéria fosse a única a ser estudada- uma verdadeira dedicação exclusiva não assalariada.
Cada parágrafo se torna um aglomerado de letras conectadas com uma lógica vigente, mas parecem ser infindáveis. A cada página virada contasse quanto falta até o final. Dá um desespero quando ainda tarda a chegar à derradeira linha.
No fim de semana o estudante tem folga? Não! Pelo contrário, transforma-se em um verdadeiro bibliófago para suprir os "buracos" deixados na semana. O acúmulo de textos é o verdadeiro cúmulo, pois não se pode ir com calma a cada linha, mas deve-se ler e entender tudo com uma agilidade fenomenal.
Nem adianta ficar alegre com a Semana Santa, pois o volume de tarefas e de trabalhos só aumenta. Os orientadores, a meu ver, odeiam feriado, pois não nos deixa respirar. Preciso um pouco do idílico fugere urbem para revigorar os pulmões e controlar os níveis de ansiedade citadinos.

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