Nos últimos meses, obrigatoriamente, tenho sido refém de um transporte que muito me incomoda: as topics intermunicipais, ironicamente por mim chamadas de topas. Onde eu trabalho é o único meio viável, pois o ônibus cobra dois olhos da cara enquanto a topic pede um olho e meio (irrisória diferença na diária, mas com o passar dos dias faz uma economia boa). Ambos rodam não com o intuito de oferecer um transporte de qualidade, mas tão somente pela ambição desenfreada de ganhar, ou melhor, de explorar.
Os carros são centenários- percebe-se que a manutenção é raríssima- e sem nenhum conforto. Os bancos são duros, muitas vezes quebrados; os vidros não têm fumê, ou seja, à tarde literalmente tostamos no sol escaldante. Sistema de refrigeração? Só se for em sonho! O máximo que recebemos é o vento empoeirado, quente e com cheiro de diesel, daqueles que causam fadiga e só servem para embaraçar os fios de cabelo. Quem consegue ir sentado é como se tivesse ganhado na loteria, mas como punição deve aguentar, firmemente, os solavancos que deixam qualquer coluna cervical em estado de miséria.
Ser diariamente submetido a isso é um verdadeiro martírio! Amo de paixão meu trabalho, mas o percurso até ele é irritante. Paga-se caro, nada de conforto e um para-para dos infernos. Quem tiver pressa pode relaxar, pois elas param em todos os lugares em que virem um pé de pessoa. Além de ter de aguentar o humor variante de motoristas e cobradores somado às músicas em alto volume o que impede qualquer leitura.
Acho um absurdo cobrarem a passagem de um idoso. Estatuto, cadê você? É um ato de desumanidade com quem por tantos anos lutou para conseguir um pequeno salário para custear tantas despesas. A passagem também é cobrada das menores crianças possíveis. Na lógica deles respirou pagou.
Outro fato fora de qualquer fiscalização é o uso desenfreado de celular pelos motoristas. Eles ficam desesperados com a concorrência de outras cooperativas (o nome é lindo, mas o sentido denotativo é de longe empregado) e se comunicam a cada segundo. Informam sobre a localização e o número do transporte. Isso é por demais perigoso aos passageiros que ou vão em pé em plena estrada ou mesmo sentado sem nenhum cinto de segurança. O perigo é constante, pois eles ficam tão focados no lucro que esquecem que estão transportando seres humanos.
Fico imaginando um assalariado, pai de família, tendo que se submeter a esses preços exorbitantes apenas para se locomover de um município a outro separados por uma distância tão irrisória. Sem dúvida eles teriam condição de cobrar o mesmo valor da passagem de Fortaleza ainda ganhando bem.
Outra indignação é mesmo eu sendo estudante na capital e trabalhando em outro município não tenho direito à meia estudantil e se fosse a situação invertida teria esse usufruto.
Há tantas injustiças nesta vida que mais uma menos uma já não causa espanto na população. Se todos tivessem a mesma mentalidade de vida minha a logística dos meios seria diferente da atual situação. Não se pode conformar em gastar um absurdo com transporte e ficar com déficit em alimentação, moradia, saúde e educação que são os mais primordiais setores que deveriam ser a base da pirâmide. Até Maslow sairia da cova ao presenciar tamanho absurdo! Falar em hierarquia das necessidades...procuro e não acho, na prática, a segurança. Essas topics vivem sendo assaltadas.
Tâmara, mulher, se conforma pois o povo em geral está acostumado a sofrer. Se acostuma também que a indignação passa!
Reflexões a respeito do cotidiano, abordando fatos banais, política, saúde, educação, fé, dentre outros. Há um misto de realidade e fantasia***
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
sábado, 15 de outubro de 2016
Pode ficar com isso?
Não vejo a hora de deixar de trabalhar direta e dependentemente com vendas, de ter que facilitar um pagamento em prestações a perder de vista e, ainda por cima sem juros para o comprador, para não correr o risco de perder o cliente. Meu sonho é ficar trabalhando com vendas só por hobby e vender só à vista e ponto.
A vida de vendedor é eivada de riscos e aborrecimentos: fornecedores sem palavras, clientes caloteiros, desculpas esfarrapadas, mas, por necessidade, engolimos a seco tudo isso.
Meu carrinho e eu somos inseparáveis, mas, por vezes, para não estar em um enfadonho vai e vem com ele termino deixando pelos lugares que frequento. Porém, as pessoas se cansam de serem prestativas. É chato e humilhante ficar pedindo esse tipo de favor. Uma vez até tudo bem, mas, de vez em quando já é abuso... imagine se diariamente! Credo! Meeeedooo. Sempre me olham com uns "olhos falantes" do tipo " o que ganharei com isso?". Servir virou moeda de escambo. Caridade por caridade parece que só está presente na Bíblia e nos sermões, na prática não acontece.
Sei lá... pode ser mesmo que um carrinho atrapalhe a estética de um ambiente ou mesmo que ocupe um espaço que simplesmente deveria permanecer vazio, sem as intervenções de uma vendedora não pertencente do clã.
Um dia desses, uma criatura que eu ingenuamente julgava minha " apoiadora" nos empreendimentos, do nada, me enviou uma seca mensagem pelo whats para que no dia seguinte eu desocupasse o armário, pois ela estava precisando guardar inúmeras coisas e já não dispunha de espaço. Aos primeiros raios de sol lá estava eu plantada só esperando a porta se abrir- como um verdadeiro cachorro- para retirar tudo meu (nada de deixar vestígios). Até minhas lembranças levei comigo em duas caixas ou três de papelão. Pouco tempo depois eu soube que isso tinha sido feito por pura maldade, pois o lugar estava repleto de armários desocupados.
Sabe aquela sensação de orfandade? Passou um pouco por mim, mas utilizarei mais essa decepção como um aprendizado para minha vida.
A vida de vendedor é eivada de riscos e aborrecimentos: fornecedores sem palavras, clientes caloteiros, desculpas esfarrapadas, mas, por necessidade, engolimos a seco tudo isso.
Meu carrinho e eu somos inseparáveis, mas, por vezes, para não estar em um enfadonho vai e vem com ele termino deixando pelos lugares que frequento. Porém, as pessoas se cansam de serem prestativas. É chato e humilhante ficar pedindo esse tipo de favor. Uma vez até tudo bem, mas, de vez em quando já é abuso... imagine se diariamente! Credo! Meeeedooo. Sempre me olham com uns "olhos falantes" do tipo " o que ganharei com isso?". Servir virou moeda de escambo. Caridade por caridade parece que só está presente na Bíblia e nos sermões, na prática não acontece.
Sei lá... pode ser mesmo que um carrinho atrapalhe a estética de um ambiente ou mesmo que ocupe um espaço que simplesmente deveria permanecer vazio, sem as intervenções de uma vendedora não pertencente do clã.
Um dia desses, uma criatura que eu ingenuamente julgava minha " apoiadora" nos empreendimentos, do nada, me enviou uma seca mensagem pelo whats para que no dia seguinte eu desocupasse o armário, pois ela estava precisando guardar inúmeras coisas e já não dispunha de espaço. Aos primeiros raios de sol lá estava eu plantada só esperando a porta se abrir- como um verdadeiro cachorro- para retirar tudo meu (nada de deixar vestígios). Até minhas lembranças levei comigo em duas caixas ou três de papelão. Pouco tempo depois eu soube que isso tinha sido feito por pura maldade, pois o lugar estava repleto de armários desocupados.
Sabe aquela sensação de orfandade? Passou um pouco por mim, mas utilizarei mais essa decepção como um aprendizado para minha vida.
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
Programar-se
Não vejo a hora de tirar umas férias gerais, saindo do Ceará e sem ter acesso a nenhuma rede social. Ir para uma praia paradisíaca de águas verdes claras ou mesmo ir para outro país e desvendar uma nova cultura.
Há longos meses planejo, ponho no papel várias opções e sempre fico na dúvida quanto ao destino. Viajar deveria ser obrigatório para todos, pelo menos duas vezes ao ano. Faz um bem danado, limpa a mente e alivia qualquer tipo de dor. Sempre você conhece pessoas interessantes.
Este ano ainda não viajei, quer dizer dei uns dias de folga aqui mesmo pelo litoral cearense, mas sinto falta de algo maior, de uma saída mais aventureira, de algo sem tanta programação. Até dezembro será impossível, pois tenho muitos compromissos e logo depois vem a alta estação- tudo se transforma em absurdo de caro.
Tenho que ter paciência e esperar mesmo por um 2017 viajoso.
Há longos meses planejo, ponho no papel várias opções e sempre fico na dúvida quanto ao destino. Viajar deveria ser obrigatório para todos, pelo menos duas vezes ao ano. Faz um bem danado, limpa a mente e alivia qualquer tipo de dor. Sempre você conhece pessoas interessantes.
Este ano ainda não viajei, quer dizer dei uns dias de folga aqui mesmo pelo litoral cearense, mas sinto falta de algo maior, de uma saída mais aventureira, de algo sem tanta programação. Até dezembro será impossível, pois tenho muitos compromissos e logo depois vem a alta estação- tudo se transforma em absurdo de caro.
Tenho que ter paciência e esperar mesmo por um 2017 viajoso.
sábado, 8 de outubro de 2016
Casamento
Peraê! Quase que não acredito que já faz quase um ano que não escrevo por aqui. Para mim fazia poucos meses. O tempo verdadeiramente voa. Nunca deixo de escrever, mas, na maioria das vezes, meus escritos se perdem em folhas soltas e acabam fazendo parte do lixo. Adoro escrever, mas não tenho tanto gosto em digitar. Parece que a caneta e o papel dão mais emoção.
Voltava de uma caminhada e de uma "bikiada" na queridíssima Beira-Mar -um dos mais belos lugares de Fortaleza- onde corre aquela brisa geladinha que açoita nossa pele. É o lugar da diversidade cultural e econômica. Lá tem o paupérrimo e aquele que não sabe mais com o quê gastar. É point de flertes, agora são crusheadas, perdão, lugar bom para comer, desafogar as mágoas, namorar, comprar, só olhar kkk ou apenas admirar o povo é a paisagem.
Por mim passaria uma madrugada inteira, de boa, só curtindo cada detalhe, sem precisar de música alguma nos ouvidos, só focando nos burburinhos da cidade.
No trajeto de volta, retomando o que não concluí, passei pela Igreja do Carmo. Rapidamente deu para observar que um casamento estava prestes a ocorrer. Fiquei logo emocionada, mesmo sem saber a história dos amantes. Fico muito emocionada com as coisas do coração.
Imagino a adrenalina boa que deve ser o dia de noiva. Quanta coisa passa na mente, quantos momentos de felicidade e provação foram vivenciados no namoro.
Dizer um SIM que se espera ser "segurado" até o fim da vida. Constituir a própria família não tem preço!
Crer que aquela criatura vai te querer mesmo quando você já estiver sem viço, quando as rugas já estiverem evidentes...
Pude sentir momentaneamente a sensação de noiva.
Mas o veículo partiu sem eu ver o desenrolar da cerimônia...percebi que eu não era a noiva, mas apenas uma expectadora sonhadora...
Voltava de uma caminhada e de uma "bikiada" na queridíssima Beira-Mar -um dos mais belos lugares de Fortaleza- onde corre aquela brisa geladinha que açoita nossa pele. É o lugar da diversidade cultural e econômica. Lá tem o paupérrimo e aquele que não sabe mais com o quê gastar. É point de flertes, agora são crusheadas, perdão, lugar bom para comer, desafogar as mágoas, namorar, comprar, só olhar kkk ou apenas admirar o povo é a paisagem.
Por mim passaria uma madrugada inteira, de boa, só curtindo cada detalhe, sem precisar de música alguma nos ouvidos, só focando nos burburinhos da cidade.
No trajeto de volta, retomando o que não concluí, passei pela Igreja do Carmo. Rapidamente deu para observar que um casamento estava prestes a ocorrer. Fiquei logo emocionada, mesmo sem saber a história dos amantes. Fico muito emocionada com as coisas do coração.
Imagino a adrenalina boa que deve ser o dia de noiva. Quanta coisa passa na mente, quantos momentos de felicidade e provação foram vivenciados no namoro.
Dizer um SIM que se espera ser "segurado" até o fim da vida. Constituir a própria família não tem preço!
Crer que aquela criatura vai te querer mesmo quando você já estiver sem viço, quando as rugas já estiverem evidentes...
Pude sentir momentaneamente a sensação de noiva.
Mas o veículo partiu sem eu ver o desenrolar da cerimônia...percebi que eu não era a noiva, mas apenas uma expectadora sonhadora...
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